Auditoria Contábil: Transparência Financeira em Foco para 2024
23 de fevereiro de 2024
Diferenciar faturamento, lucro e caixa evita riscos financeiros
26 de março de 2024
Exibir tudo

A sinergia que vem da colaboração e do compartilhamento

O ambiente de negócios está mais complexo, apresentando desafios que já não podem ser superados por uma atuação individual de pessoas ou empresas

Transformação digital, necessidade de inovação contínua e demanda por uma atuação socioambiental responsável são três temas emblemáticos que estão no radar das empresas. Questões como essas têm sido decisivas para o sucesso corporativo e revelam a importância da cultura organizacional como forma de responder aos desafios atuais. É nesse âmbito que valores como a colaboração e o compartilha mento ganham projeção.


A partir da colaboração e do compartilhamento, as organizações conseguem estimular a inovação, que de pende da troca de ideias e experiências. A flexibilidade e a capacidade de adaptação também são facilitadas em uma cultura que valoriza a coletividade. Outro benefício é o engajamento das equipes, que é fortalecido em contextos colaborativos.
“Dentre os desafios do século XXI, somente uma atuação colaborativa e compartilhada dá conta dessas de mandas todas, porque elas são muito complexas e fogem da especialidade
de um ou outro sujeito ou de uma ou outra empresa”, afirma a doutora em psicologia e curadora do curso Funda mentos de Gestão de Equipes Colaborativas da ESPM, Mariana Malvezzi. “A gente até pode pensar em colaboração e compartilhamento entre empresas,
não só entre equipes e funcionários”.


Para muitas organizações, incorporar esses novos valores é um processo que se desenvolve em duas frentes: uma é a integração interna e outra é a adaptação externa. “O que a gente vem observando é que o mundo mudou e todas as empresas precisam se adaptar”, ressalta Mal
vezzi. “Algumas, pela própria história, tamanho e tempo de vida, conseguem fazer a adaptação de forma mais tranquila, outras vão ter mais dificuldade, porque estão estruturadas em uma lógica diferente (por exemplo, a competitividade)”.


Como conduzir essa transição é a grande questão. “O primeiro passo é reconhecer a necessidade de mudanças”, orienta. A consistência das ações, nesse sentido, depende do engajamento do alto comando, da direção. “Quando a gente pensa em missão e valores da empresa, isso é pautado dentro de uma lógica, de uma estrutura. Várias equipes participam desse processo, mas há alguém que dá abertura para que isso aconteça dentro das organizações para que se tenha esse reconhecimento e seja dada abertura para se
discutir novos modelos”.

Conscientização e inspiração

“Nas organizações menores e em presas familiares, a cultura, geral mente, é a cultura do dono ou da família”, avalia o doutor em Ciências Sociais e professor da PUC-SP, Marcelo Antônio Treff. “De uma forma geral, a declaração de valores é a cultura desejada ou desejável. Na
realidade, o que acontece no dia a dia é a cultura instalada. Muitas vezes, há uma distância entre o que é declarado e o que as pessoas vivem no dia a dia. Com colaboração acontece exatamente isso”.
Ao fazer essa contextualização, Treff destaca que os valores precisam ser coerentes com as atitudes práticas. Ou seja, não basta que a empresa cite que valoriza a colaboração, se, na prática, incentiva a competição, a individualidade, ou mesmo sobrecarrega os funcionários. “É importante que isso seja patrocina do pelos gestores da em presa e as pessoas têm que ser conscientizadas sobre a importância do ambiente colaborativo, mas, sobre tudo, devem perceber que a empresa e o dono, ou os diretores, realmente valorizam isso”.
O processo de mudança, inevitável mente, passa pelo perfil das lideranças em todos os patamares da hierarquia organizacional. “O líder precisa inspirar”, salienta Treff. “Os liderados
precisam perceber que a liderança realmente atua de forma colaborativa, que é um exemplo a ser seguido”.


A preparação das lideranças é outro aspecto essencial. Treff comenta que um padrão comum nas organizações é a promoção de pessoas com excelente domínio técnico para cargos gerenciais ou de supervisão. O problema é que, nem sempre, esse profissional tem perfil ou vocação para liderar. Especialmente nesses casos, as empresas devem investir em desenvolvimento, para que essas lideranças assumam a posição, de modo a atuar também para fortalecer a cultura organizacional. Outra recomendação é oferecer a possibilidade de crescimento na área técnica com uma estrutura de carreira em Y, com opções de cargos de
especialização ou gestão.

Fonte: Revista CONMAX

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Olá, posso ajudar?